Sintegração sobre conceitos Hertzberger
Na aula do dia 15/05 tivemos uma dinâmica de discussões em rodadas e grupos variados, sendo que cada grupo abordava um tópico diferente em cada rodada, e em lugares diferentes da escola, totalizando 16 tópicos relacionados a partes e capítulos do livro "Lições de Arquitetura" de Hertzberger
Rodada 1: (A) Público e privado; Demarcações Territoriais; Diferenciação Territorial; Zoneamento Territorial; De usuário a morador
Papel: Observadora
Local: Espaço em frente à sala 301
O que foi discutido: A discussão girou em torno dos conceitos de público e privado trazidos por Hertzberger e como eles regem o espaço. Público é um espaço acessível a todos, enquanto que no privado o acesso é demarcado por uma pessoa ou grupo responsável por ele. Essas noções de público ou privado são, geralmente, definidos também por demarcações territoriais que podem ser explícitas como um muro, uma cerca ou uma grade, ou mais implícitas como o uso de diferentes materiais ou um recuo maior na rua, que são elementos que inibem as pessoas, mesmo que o espaço seja público. O espaço em que a discussão foi realizada era um corredor que é visto como público, pois como a escola não possui catraca, qualquer pessoa pode acessá-lo, mas é claro que não estudantes não costumam frequentá-lo, uma vez que a escola como um todo inibe o acesso de tais pessoas. Para os estudantes também é visto como um lugar público, quando comparado às salas de aula que são acessadas por esse corredor, que passam uma sensação de mais privacidade. Entretanto, esse espaço é de difícil acesso, pois fica em uma área escondida do prédio e é pouco convidativo, uma vez que é apenas um lugar de passagem. Dessa forma, as pessoas que passam ali muitas vezes não se sentem responsáveis por esse espaço e nem possuem um sentimento de pertencimento ou afeto com o mesmo. Isso entra nas ideias de usuário e morador de Hertzberger, que defende que o usuário se torna morador quando faz parte do espaço e tem a liberdade de mudá-lo ativamente, o que não ocorre nesse corredor.
Rodada 2: (B) A estrutura como espinha dorsal generativa: urdidura e trama; Grelha;
Papel: Crítica
Local: Hall Mom Lagear
O que foi discutido: A discussão teve como foco principal a ausência de pessoas transitando no hall Mom Lagear, seja apenas por passagem ou para permanência. Esse espaço fica em uma área mais isolada da escola e, por isso, muitas vezes passa batido no nosso cotidiano e não é acessado com frequência, até porque o corredor que dá acesso a ele também fica um pouco escondido. Outra forma mais evidente de acessá-lo seria pela entrada secundária da escola, que permitiria inclusive uma maior interação entre interior e exterior, público e privado, entretanto ela se encontra fechada. Foi discutido que, normalmente, quem passa por aquele lugar são as poucas pessoas que têm acesso aos laboratórios Mom e Lagear, e alguns alunos que vão ter aulas nos andares de cima - embora muitos optem por passar por outros caminhos para chegar até as salas. Caso a entrada voltasse a funcionar e o espaço fosse transformado em um lugar para exposições de trabalhos, por exemplo, ou como uma forma de extensão das feirinhas que ocorrem de vez em quando na pracinha, ele seria muito mais utilizado. Como crítica eu acredito que a discussão girou muito mais em torno dos problemas do espaço do que dos conceitos de Hertzberger em si, tanto que termos como urdidura e trama nem chegaram a ser citados.
Rodada 3: (C) Visão II
Papel: Debatedora
Local: Laje em frente ao DA
O que foi discutido: Dessa vez debatemos sobre a visão II abordada no livro de Hertzberger. Essa visão parte muito da arquitetura do século XX, que é mais aberta e busca abrir o interior para o mundo exterior, removendo as barreiras que existem entre as duas perspectivas. Para isso, destaca-se o uso amplo do vidro nas fachadas livres que traz um sentimento de mútua dependência, leveza e liberdade. No caso da laje do DA, é um espaço que, sem dúvida integra o interior com o exterior, mas não traz muito a sensação de leveza. Algumas pessoas destacaram o quesito da privacidade que se teria naquele espaço, pois uma vez que ele é aberto e há prédios altos ao redor, isso pode inibir as pessoas de utilizá-lo, mas eu acredito que a parede de concreto que se tem na laje impede a visibilidade de alguns prédios, permitindo a sensação de privacidade a quem ocupar a laje. Outro ponto discutido foi o difícil acesso à laje, uma vez que não existe uma escada ou uma porta feita especificamente para acessá-la - a única forma é pular em um pequeno vão que existe ao lado do elevador e ir andando pelas vigas laterais.
Rodada 4: (A) O espaço público como ambiente construído
Papel: Debatedora
Local: Pátio atrás do DA
O que foi discutido: Primeiro debatemos o tópico em si e depois como ele se aplicava ao pátio atrás do DA. A ideia de espaço público como ambiente construído está muito relacionada à aceleração e massificação dos sistemas de produção e distribuição, que acaba criando centros urbanos "artificiais", com edifícios iguais que mais se parecem grandes caixas do que uma habitação em si, produzindo um efeito adverso sobre a viabilidade do ambiente como um todo. Esse planejamento diminui a qualidade de vida na rua e negligencia a correlação necessária entre os prédios e a identidade pessoal de quem os habitam, assim como os bairros residenciais com os núcleos urbanos. Como esse tópico se trata muito do espaço urbano e suas interligações, não havia como relacioná-lo diretamente com o espaço em qje estávamos discutindo, mas tentamos pensar quais meios arquitetônicos tornavam aquele espaço mais convidativo e harmonioso com o restante da escola. Novamente é um espaço de pouco acesso e o principal ponto trazido foi a falta de integração do pátio com o próprio DA, embora sejam lugares um do lado do outro. Existem duas formas de acesso ao pátio: uma porta no corredor, ao lado do DA, e uma passagem pela parte de fora do DA. Ambas são estreitas e muitas vezes despercebidas, e o lugar recebe um pouco mais de visibilidade através das janelas do DA, que, caso fossem maiores ou até mesmo uma grande porta de correr, causaria uma integração bem maior. Outro fator que inibe as pessoas de frequentarem aquele lugar é a mesa de futvôlei, que é unifuncional, logo quem não pratica o esporte não teria nenhum interesse de permanecer no local.
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