Parágrafo Inteligência Artificial (IA)

         Durante as últimas semanas fizemos a leitura de textos e realizamos discussões em sala de aula acerca da Inteligência Artificial. Em “Animação Cultural”, Flusser aborda como a relação homem-objeto se inverteu com o passar do tempo, fazendo com que o homem deixasse de ter controle sobre os objetos e passasse a ser controlado por estes. Esse cenário se tornou possível graças aos grandes avanços tecnológicos que ocorreram nas últimas décadas, que possibilitaram o surgimento das redes sociais e da Inteligência Artificial. O documentário “O Dilema das Redes” apresenta os efeitos negativos das redes sociais, que embora tenham sido criadas para melhorar nossas vidas, se tornaram formas de que manipular o nosso jeito de pensar e agir. Tudo que fazemos na internet, todos os vídeos que assistimos, todos os clicks que damos, todas as curtidas, são utilizadas para construir um modelo cada vez mais preciso, capaz de prever as ações de cada usuário, sendo capaz de prever, por exemplo, quais tipos de vídeos vão manter o usuário na tela. Dessa forma, todas as informações que recebemos na internet são estrategicamente escolhidas, mesmo que sejam mentiras, pois os algoritmos não são capazes de discernir o que é verdade ou não, e as vezes notícias sensacionalistas prendem mais a atenção do usuário do que notícias verdadeiras. Além da desinformação, esses novos mecanismos trazem outros perigos como polarização e vício.

        Similar às redes sociais, as novas formas de Inteligência Artificial surgem, à primeira vista, como algo que irá facilitar e otimizar nossas vidas, e eu acredito que, se utilizada de forma correta, a IA de fato pode cumprir esse papel, mas em muitos casos não é isso que acontece. O texto “A falsa promessa do ChatGPT” questiona até que ponto devemos confiar na IA, uma vez que, embora se assemelhe a um cérebro humano, não possui percepção intelectual, criatividade artística e pensamento moral. O ChatGPT não é uma ferramenta capaz de criar explicações e relações científicas, ele coleta uma grande quantidade de dados, procura padrões neles e gera respostas estatisticamente prováveis. Como é dito no texto, “os sistemas de aprendizado de máquina podem aprender tanto que a Terra é plana quanto que é redonda”, o que mostra que essa tecnologia pode reproduzir informações completamente duvidosas. Em algumas discussões feitas em aula acerca da criação de imagens através da Inteligência Artificial, percebemos que ao solicitar que sejam geradas imagens de mulheres negras, elas eram hipersexualizadas, o que aponta para um caráter tendencioso e preconceituoso da fonte de dados da IA. Isso ocorre devido à limitação dessa tecnologia de reconhecer algo moralmente errado.

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